sábado, 23 de outubro de 2010

Colômbia desiste de acordo com EUA

Uma boa notícia para a América Latina a desistência da Colômbia de acordo com os Estados Unidos para uso de bases militares no país. Afinal, a região ganhou muita importância no cenário econômico e ambiental e não pode se ver como quintal da nação norte-americana. 


Matéria publica pelo jornal Folha de S. Paulo, sábado, dia 23 de outubro de 2010.

Colômbia desistiu de acordo com os EUA, afirma senadora
Segundo parlamentar, presidente Santos não permitirá o uso de bases militares
FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
O governo da Colômbia teria desistido do acordo militar que permitiria aos EUA usar até sete bases no país.
A informação, sobre a qual a Presidência não se pronunciou, foi dada pela vice-presidente do Senado colombiano, Alexandra Moreno.
De acordo com ela, o governo não mais enviará projeto de lei ao Congresso a respeito dos uso das bases.
Em agosto, a Corte Constitucional na Colômbia determinou que o tratado, assinado no ano passado, ficasse "sem efeito" até ser aprovado pelo Parlamento -passo que tanto o governo colombiano como Washington negavam ser necessário.
Moreno disse à agência de notícias Efe que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, informou à sua bancada que "vai deixar quieto" o acordo e "não vai propor" sua tramitação.
A senadora foi a primeira governista a ser taxativa sobre o tema, mas tanto o ministro do Interior, Germán Vargas Lleras, como Santos já haviam sinalizado que o tratado "essencial" para o governo de seu antecessor, Álvaro Uribe, é uma dúvida neste momento.
No final de agosto, o "Washington Post" publicou que fontes ligadas a Santos afirmaram que o governo "tende" a deixar o acordo morrer.
O problema não está na aprovação do Congresso, onde Santos tem ampla maioria, mas no impacto do debate do tema para as relações recém-retomadas com a Venezuela. Outro problema é a Corte Constitucional.
Se aprovado pelo Parlamento, o tratado volta mais uma vez ao tribunal, dessa vez para a avaliação do mérito. Segundo a reportagem apurou, o governo Santos ainda espera conhecer todos os detalhes da primeira sentença da corte.
Os EUA têm minimizado os efeitos da suspensão do tratado. O maior interesse do Pentágono era na utilização da base área de Palanquero, no centro do país, para o qual o Congresso americano já aprovou US$ 46 milhões.
O ato de aprovação do acordo frisa que nenhum recurso pode ser utilizado até que os países cheguem a "um acordo" que permita ao Comando Sul realizar toda sua "estratégia anti-drogas".
Segundo analistas, Washington pode decidir levar adiante o investimento nas bases usando verba de outras fontes.
Além de Palanquero, a suspensão do tratado também tira dos militares e contratistas americanos outras vantagens obtidas na negociação com Uribe, como imunidade diplomática até para familiares e porte de arma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário