sábado, 28 de agosto de 2010

O CINEMA NA ERA DA INTERNET

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FOTO: Wikimedia Commons

CINEMA - As mudanças tecnológicas vêm promovendo transformações nos espaços comunicacionais. Desta vez, a esperada queda no aluguel de filme pelas locadoras atingiu a maior empresa do setor a Blockbuster, globalizada. A internet que cada vez mais chega aos lares da população, permitindo com facilidade o acesso aos filmes e rapidamente. A pirataria está na esteira da comunicação on-line, que possibilita trocas de arquivos – gigante, diga-se de passagem - em programas livres na rede.

Em bem pouco tempo conseguir um bom filme exigia do cinéfilo uma peregrinação em várias locadoras, e reservas de espera para semanas ou meses. Hoje, algumas obras cinematográficas podem ser obtidas ao alcance do teclado, antes dos lançamentos, como ocorreu com "Tropa de Elite" e outros mais.

As mudanças já chegaram também à televisão, ante a hibridização entre TV e internet, com aparelhos já disponíveis pela Google – ainda com preços proibitivos para a população de baixa renda. No Brasil, o meio deve passar pela mesma depressão que o rádio nos anos 60, quando Chateaubriand inaugurou o primeiro canal televisual.
A programação arbitrária da televisão deve dar lugar a programas acessados ao gosto da audiência, conforme tempo de sua agenda. No final, haverá o convívio com a televisão tradicional e a teleinternet, o mesmo que deve ocorrer com o livro, E-books.

Texto publicado pelo Jornal O Estado de São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2010.

Blockbuster à beira da falência

Por Tatiana de Mello Dias

A Blockbuster já foi arrasa-quarteirões. Surgida nos EUA em 1985, logo se tornou a maior locadora de filmes do mundo. Chegou ao Brasil em 1995 e cumpriu a promessa do próprio nome: distribuir grandes sucessos de Hollywood e se tornar a maior locadora de muitos bairros.
Mas os tempos áureos acabaram. A crise começou em 2004. As Lojas Americanas compraram a operação da rede brasileira da Blockbuster em 2007, ao mesmo tempo em que as locações minguavam. As grandes lojas se tornaram apenas um balcão entre vários produtos. Nos EUA, a Blockbuster fechou mais de 1000 lojas só no ano passado.
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E, agora, a notícia é a de que a rede Blockbuster se prepara para a falência. Claro que a pirataria e o compartilhamento ilegal de filmes têm sua parcela de culpa nessa história, mas a Blockbuster também não conseguiu segurar a batalha contra as gigantes de locação online Netflix e os quiosques de locação Redbox.
Quem divulga a história é o Los Angeles Times, que diz que a empresa deve decretar falência em meados de setembro.
Na semana passada o chefe-executivo da empresa, Jim Keyes, saiu da sede em Dallas para se encontrar em Los Angeles com executivos de grandes estúdios como 20th Century Fox, Warner Bros. Paramount Pictures, Universal Pictures, Walt Disney Studios e Sony Pictures. A intenção era conseguir ajuda para compensar as perdas de US$ 1,1 bilhão em 2008, e a dívida de US$ 920 milhões, além de ajudar na reestruturação da empresa.
Mas a falência prevista para setembro é o cenário mais previsível, diz o LA Times. Seria uma falência pré-planejada, que ajudaria a empresa a escapar do caro aluguel de suas lojas que têm tido um péssimo desempenho. A outra opção seria convencer um investidor a custear a reestruturação da empresa. A esperança da Blockbuster são pequenos quiosques como os RedBox, que alugam DVDs por US$ 1 por noite, e também aluguéis digitais, um nicho que tende a crescer com a melhoria da velocidade das conexões.

Um comentário:

  1. A ideia de web 2.0 só mudou o curso/modelo dos negócios. Da mesma forma que a revolução industrial, a informatização de tudo, mudou o perfil do trabalhador, que antes era braçal, hoje se concentra no conhecimento que ele tem. As empresas terão de se adaptar à essa nova visão de mundo, a internet é um mundo mais ou menos anárquico, se não pode vencê-los, juntem-se à eles!

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